Conversando com um dos mestres violeiros de São Francisco, o Quinzinho, homem que gosta da terra, semeia porque gosta, e que todos os domingos vem da roça pra praça juntar-se aos companheiros violeiros. Pois é, contava pra ele que janeiro foi o mês escolhido para homenageá-los, e que o nome escolhido tinha sido São Chico das Violas, ele diz, - que bom! tenho uma poesia das antigas que se chama São Francisco das Violas, tirou papel e caneta e com caligrafia bem cuidada escreveu todinha de cabeça, pois tá tudo dentro dele, aí vai pra todos vocês!
Nas cusrvas de suas montanhas
Vejo o corpo da viola
E estendido nas campinas o seu braço e o cravelhal
Dentro do bojo
contido todo um universo
cantado em modas, poesia, prosa e verso
nossa identidade e riqueza cultural
Na boca em circulo
com mosaico destacado
vejo o coreto da pracinha
da igreja palco das bandinhas
e das rodas de violeiros
mostrando aos filhos estrangeiros
toda a beleza desta gente sertaneja
As cordas com seus sons típicos e definidos
na união de dupla em dupla escalonados
vão revelando a face oculta par a par
no imenso desejo de homenagear nossos
violeiros mais afamados
No par do si mais grave
ouço a voz do Bastião Silva,
João Maria e Elói Rita, Tião Rosa e Plínio Roque,
João do Zico e Joaquim Carro, Zé Teodoro e Xico Félix
Moisés e Reinaldo e Luis Maria
Todos unidos numa só sinfonia abrem a lista
nesta nota aqui descrita.
No par do mi mais abaixo
suspendendo ouço o Ricardo, Rodolfo, Guto, Marquinho
e toda a a alunada, todos aqueles que tem
muito amor a arte e que na mais singela forma
fazem parte no esforço de ver nossa cultura preservada.
No sol deste horizonte despontando
vem as mulheres recebendo boa escola
Cidinha, Luzia, Cyntia Escarlat, Elenice
Dona Maria e Ellen Regina
Mostrando a força feminina no mundo deslumbrante da viola
Nos últimos dois pares
homenageio o resto dos violeiros
não citados num tom mais fino
aqui nesta poesia todos terão seu lugar
escolhi três nomes pra finalizar
Didi, Vitório Machado e Joaquim Belarmino
Ah! Quase ia me esquecendo de menionar
todos aqueles que trabalham sem almejar fama ou glória
os que fazem parte do cavalete que sustenta
pois com nosso humilde trabalho
a gente tenta fazer parte deste povo e sua história.
Quinzinho Viola
São Francisco Xavier
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